TCC 2015

CTCC Bauru- Supervisão em Cursos, Workshops e Palestras.

Este blog é um espaço onde nossos alunos e supervisionandos poderão tirar suas dúvidas e receberem indicações que poderão complementar o seu contínuo aperfeiçoamento como Terapeuta Cognitivo; além de acompanhar a programação atualizada das atividades do CTC Bauru e o programa mensal dos cursos em andamento.



Fale conosco: arnaldo@ctccbauru.com.br

Coordenação: Arnaldo Vicente, Especialista em TC.



terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pergunta: Como treino minha percepção para compreender os esquemas do paciente?

É importante perceber, ter uma compreensão constante sobre os aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais que o paciente nos apresenta no setting terapêutico.
1- Uma forma, que considero um ótimo exercício, é preparamos a sessão nos dando a possibilidade de inferirmos, desde o início do processo, sobre a sua conceituação cognitiva:
- Tendo em mente o paradigma cognitivo de Beck: "Não é uma situação que ..". Isto nos ajudará a lembrar que os fatos narrados deverão esclarecer pensamentos, emoções e comportamentos e reações físicas em cada situação. Podemos, gentilmente fazer perguntas que o estimule a completar os dados ainda não revelados (questionamento socrático).
- Termos em mente a lei da especificidade, de modo que diante de suas dificuldades possamos auxiliá-lo na narração de suas cognições: perda/tristeza, etc.

2- Uma outra forma é fazer relatos pós sessões enfatizando os aspectos cognitivos comportamentais.

3- Outra, que é com certeza a mais eficaz é iniciar a construção do Relato de Caso Clínico (exemplo: o que há no livro da Judith Beck: TC teoria e prática, página 320, editora Artmed.) antes da segunda sessão (início das intervenções). Na medida em que vai preenchendo as seções do relatório é possível ter uma visão mais integrada da pessoa atendida, mesmo no início do tratamento.

Até mais. Arnaldo.

Pergunta: Qual a utilidade da Fórmula de Salkovskis?

A= P x A : E + R

É uma fórmula para intervenção na ansiedade.
Mas também auxilia a diagnosticar e planejar a intervenção específica em um dos quatro fatores que a compõem. Nos mostra quanto uma pessoa é autonômica ou sociotrópica, além de dar bons resultados no trato com os pacientes depressivos uma vez que eles estão comprometidos também na vértice de FUTURO, além das vértices EU e MUNDO.
Assim como os anti depressivos hoje são utilizados como ferramentas farmacológicas na ansiedade, a fórmula pode ser usada como ferramenta cognitiva na depressão e na desesperança.

Até mais. Arnaldo.

Pergunta: Porque dizemos pensamento negativo?

Porque está fundamentado em conteúdos que podem causar mal estar ao indivíduo.

Exemplos:

Tive uma perda significativa e estou me sentindo mal (tristeza).

Terei uma perda significativa e me sentirei mal (ansiedade).

Tive, estou tendo ou terei uma perda significativa e um mal estar por ser violado (irritação).

Podemos ter uma perda significativa de peso (obesidade) e nos sentirmos bem (alegria, esperança, etc).

Até mais. Arnaldo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pergunta: Quando iniciou o CTC Bauru?


Criei o Centro de Terapia Cognitiva de Bauru em março de 2002, com a missão de Formar e Informar TC, ou seja, formar Terapeutas Cognitivos e informar pessoas em geral sobre a Terapia Cognitiva. Desde então venho cumprindo esta proposta ministrando cursos de introdução e formação, workshops dos mais variados temas só para profissionais formados ou em formação de TC, palestras ao público em geral aqui no CTC Bauru ou em instituições como universidades, empresas, escolas, igrejas, presídios, etc, supervisões individual e grupal aqui e no ITC - Dra Ana Maria Serra, além, é claro de atendimentos clínicos.
Atualmente estamos estudando a possibilidades de novos empreendimentos os quais compartilharemos em breve com nossos parceiros. Seja nosso parceiro, cadastre-se no http://www.ctcbauru.com.br/. Arnaldo Vicente, desde 1999 fazendo TC.

Pergunta: Qual a sua sugestão para uma boa avaliação periódica?

Resposta: Considero-a um dos momentos mais importantes do nosso trabalho, pois permite que paciente e terapeuta possam ter uma visão realista do andamento do processo terapêutico: o que foi trabalhado, o que se conseguiu e o que deve ser realinhado. Também nos permite ter um feedback sobre como a nossa aliança está contribuindo na terapia. Entendo também, que é um momento onde possamos trabalhar com a flecha ascendente, de Judith Beck, questionando o que o progresso alcançado significa para a vida do paciente e o que revela sobre ele; ou seja, é uma ótima oportunidade para estimularmos implícitamente a construção de crenças alternativas.

Eu utilizo a mesma folha da LPM (problema/meta/submetas) para registrar os comentários do paciente sobre um problema específico e um formulário (do CTC Bauru) para a visualização geral do andamento das metas.
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EX: Paciente X.
Problema: Dificuldade de dizer não.
Meta: Dizer não, sem a preocupação de que serei rejeitado.
Sub metas: analisar a minha meta na situação e avaliar o custo/benefício de dizer não...

Avaliação Periódica: Tenho conseguido avaliar as situações percebendo a importância de me posionar de acordo a alcançá-la. Minha preocupação com o outro diminuiu e tenho me sentido mais aceito e feliz. Não fico o tempo todo querendo adivinhar como o outro vai reagir.
Isto tem sido importante para a minha vida e tenho me sentido uma pessoa de valor, mais estimada.
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Avaliação Periódica Geral da LPM

Nome: X Data Início da Psicoterapia: 00/00/2009

N.º METAS Início % Data 1ª. % Data 2ª % Data Quero evoluir até:

1- Dizer não... 20% 55%


A avaliação periódica deve ser feita entre a sexta e a oitava sessão e devemos aplicar neste momento, também, os inventários e a escala de empatia.

Boa avaliação. Arnaldo.

Pergunta: Como você fala da importância do trabalho com evidências (usadas no desafio de pans).

Resposta: Martin Seligman utilizou a figura de Sherlock Holmes para ilustrar a importância das evidências na TC com crianças e adolescentes. A TC Zélia adaptou para a realidade brasileira. Veja como ficou:

Histórias Cognitivas: os dois detetives diferentes: Cap 1: Quem roubou meu walkman?


Os dois detetives diferentes.

- Cada detetive tem uma forma de trabalhar com os fatos.
- Qual deles você contrataria se precisasse de ajuda?

Era uma vez numa cidade muito parecida com São Paulo, uma menina de 10 anos que trouxe para a escola seu novo walkman, que tinha acabado de ganhar. Era um belo walkman, ou seja, ela poderia ouvir suas músicas prediletas enquanto viesse no ônibus da escola, na hora do recreio ou mesmo nas aulas vagas em que algum professor faltasse.
Quando ela entrou em aula, sua professora pediu para que deixasse seu aparelho no armário do lado de fora da classe, onde ficavam as mochilas e ela assim fez.
Quando chegou a hora do recreio ela foi correndo até sua mochila, ansiosa por pegar seu walkman. Ela mal podia esperar para ouvir suas músicas e mostrá-lo para algumas amigas que ainda não o tinham visto.
Mas espere aí! O que foi isso? Quando ela procurou na mochila e no armário onde ela o tinha deixado, ele simplesmente não estava lá, tinha desaparecido.
- “Oh! O meu aparelho novinho de CD portátil, como ele foi desaparecer assim?”, disse ela, começando a chorar. “Eu estou muito, muito triste!”.
Mariana, esse era o nome da menina, foi se queixar para a professora, e ela e várias amigas foram ajudá-la a fazer uma reclamação para a diretora.
A diretora prometeu providenciar uma solução imediata e assim fez.
Uma hora depois, no próximo intervalo, um homem apareceu para falar com ela. Tinha uma aparência muito estranha usando um chapéu e uma capa. Ela não reconheceu o homem. Ela nunca o tinha visto antes.
“Por favor, não fique assustada, pequena criança. Eu sou o detetive contratado pela escola para descobrir o paradeiro de seu walkman. Sou o famoso, o grande detetive Sherlock Gomes.”
“Sherlock Holmes?” – perguntou a garota.
“Não, eu sou Sherlock Gomes mesmo” – o detetive respondeu, com um certo aborrecimento em sua voz. “Não sei porque todo mundo me confunde com esse cara”.
Mas, tudo bem. O importante é que eu sei quem roubou seu walkman. Foi o famoso “Daniel, o terrível”.
“Nossa! “ disse a menina, “ mas isso foi muito rápido! Como você descobriu quem roubou meu aparelho tão rápido?”
“Oh! Não foi muito difícil. Ele foi o primeiro nome que apareceu em minha cabeça, por isso deve ser ele!”
E com isso, Sherlock Gomes voltou-se e foi embora.

Mas nossa história ainda não terminou, porque justamente então apareceu na cena o famoso, o verdadeiro Sherlock Holmes.

Ele tirou sua capa, arrumou seu boné e declarou: “Eu não concordo com o que aquele Sherlock Gomes disse. Eu sou o famoso, o ousado, o fantástico, o único sobre quem escreveram livros. Eu sou o verdadeiro Sherlock Holmes!”.
A garota pensou que ele parecia um pouco arrogante e exibido, mas ela precisava de sua ajuda. E o detetive continuou falando: - “Então, minha amiga, eu não concordo com esse Sherlock Gomes, afinal que tipo de detetive é ele? Simplesmente acredita no primeiro nome que lhe veio à mente? Um bom detetive faz uma lista de suspeitos e então vai procurar evidências para apanhar o ladrão”.
Eu estou pronto a procurar por pistas e evidências, e quando eu retornar eu direi a você quem realmente roubou seu aparelho”. E com isso, Sherlock Holmes colocou sua capa, arrumou seu boné e encaminhou-se para fora da sala.
“Que homem estranho!” A garota comentou. “ Mas ele parece sério em seu trabalho”.
Algumas horas mais tarde, quando a garota estava brincando em sua casa, no jardim, ela ouviu um estranho barulho. Ela olhou em volta e viu que diante dela estava ninguém menos do que o detetive Sherlock Holmes.
“E aí?” Disse a garota, você descobriu quem roubou meu aparelho?”
“Sim. Primeiro eu pensei que talvez fosse Daniel, o terrível, mas quando eu procurei por evidências eu percebi que Daniel estava suspenso e não estava na escola no dia em que seu aparelho sumiu. Assim não poderia ter sido ele”.
“Então eu pensei que talvez tivesse sido o João Perigoso. Mas quando eu procurei por evidências eu soube que ele estava jogando cartas com outros longe de sua classe, no momento em que seu aparelho foi roubado. Não poderia ter sido ele”.
Então eu decidi investigar a Betty Bagulho. Quando eu procurei por evidencias eu encontrei algumas pistas. Primeiro eu achei uma tiara com as iniciais BB caída dentro do armário, perto de onde você guarda sua mochila. Então eu fui até a casa de Betty Bagulho, e sua mãe me contou que Betty estava ouvindo música num novo walkman que ela ganhou na escola por bom comportamento.
Eu procurei pela vizinhança até achar Betty e então, ali estava ela, exibindo seu walkman para as crianças da rua.
“Oh! Sherlock Holmes”, disse a garota, “você é incrível! Você é muito mais esperto que Sherlock Gomes. Por favor, Detetive Holmes, você pode me devolver o meu walkman agora?”
Sherlock Holmes olhou para baixo e começou a gaguejar.
“Ah! Bem, eu não disse exatamente que peguei seu aparelho de volta. Aquela Betty é horrivelmente grande e, realmente muito assustadora. Eu acho que seria melhor você pedir a seus pais que recuperem seu walkman para você.”
E com isso o grande Sherlock Holmes vestiu sua capa, arrumou seu boné e se foi”.
Fim.
Autor: Martin E. Seligman, adaptação Zélia, 2004.



Minha resposta: Eu contrataria o:

( ) Sherlock Gomes. ( )Sherlock Holmes.

Porque…

Até mais. Arnaldo.

Pergunta: Como você fala dos erros cognitivos?

Resposta: Elaborei estas informações que entrego em uma folha de sulfite e sugiro que a tenha sempre com ele.

ERROS COGNITIVOS TíPICOS

Quando nos deparamos com uma situação nós a avaliamos de imediato, ou seja, nós temos um pensamento automático sobre ela. Este pensamento automático determinará que tipo de emoção sentiremos e influenciará qual o comportamento que teremos naquela situação. Isto porque temos uma tendência a acreditar em nossos pensamentos e desta forma preservarmos o nosso controle e até a nossa sobrevivência. Pensamentos podem ser automáticos e elaborados, positivos ou negativos, verdadeiros ou falsos quanto à situação real. Em terapia cognitiva aprendemos a identificar e avaliar nossos pensamentos automáticos negativos sobre as situações. E desta forma, podemos verificar e corrigir possíveis pensamentos distorcidos que construímos por conta de nossa avaliação imediata, que estejam alterando o nosso humor e até prejudicando a realização de nossos objetivos. Afinal, pensamentos de perda nos levarão a sentir tristeza e até transtorno de depressão; pensamentos de ameaça insuportável nos levarão a sentir medo e até transtornos de ansiedade; pensamentos de violação de regras nos levarão a sentir irritação e até raiva ou ódio. As distorções encontradas no pensamento automático negativo (p.a.n) são denominadas de erros cognitivos. Todas as pessoas cometem erros cognitivos, em algum momento, mas poucas os identificam e os corrigem. Abaixo apresentamos uma tabela dos principais erros cognitivos identificados por Aaron T. Beck, o criador da terapia Cognitiva, na década de 1960. Identifique os possíveis erros que você esteja cometendo e peça ajuda ao seu terapeuta para corrigi-los. Elaboração Arnaldo Vicente – Coordenador do CTC Bauru – http://www.ctcbauru.com.br/ – (14) 3227 1473.

Recorte .........................................................................................................................................................................................................................
ERROS COGNITIVOS COMUNS

01- Tudo ou nada - você vê uma situação em apenas duas categorias em vez de contínuo.
02- Catastrofização – você prevê o futuro negativamente sem considerar outros resultados prováveis.
03- Supergeneralização - você tira uma conclusão negativa radical que vai muito além da situação.
04- Argumentação emocional - você pensa que algo deve ser verdade porque você ¨sente¨, mesmo desconsiderando evidências contrárias.
05- Leitura mental - você acha que sabe o que estão pensando de você.
06- Personalização - você acredita que os outros estão se comportando negativamente devido a você.
07- ¨eu devo, você deve¨ - você tem uma idéia exata estabelecida de como se deve agir e superestima quão ruim é que essas expectativas não sejam preenchidas.
08- Visão em túnel – você vê apenas os aspectos negativos da situação.
09- Filtro mental - você presta atenção indevida a um detalhe negativo ao em vez de considerar o quadro geral.
10- Desconsiderando o positivo – você crê que as experiências, atos ou qualidades positivos não contam.
11- Rotulando – você não observa que as evidências possam ser razoavelmente conduzidas a uma conclusão menos desastrosa.
12- Magnificação/ minimização – você magnífica o negativo e/ou minimiza o positivo.

e leve no bolso.............................................................................................................................................

Número dos erros cognitivos que percebi que tenho cometido:

Até mais. Arnaldo.